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Por que estudar o desenvolvimento infantil?
Antes de mais nada, é fundamental destacar a importância dos estudos e das pesquisas acerca do desenvolvimento infantil, uma vez que negligenciar essa tarefa pode impactar negativamente no crescimento da criança. Afinal, é a partir dos estudos que os pesquisadores identificam dificuldades e transtornos comuns em diferentes estágios da infância e então formulam tratamentos e metodologias que driblem tais problemas.
O célebre psicólogo Jean Piaget, por exemplo, foi um dos precursores da teorização das fases do desenvolvimento infantil e conseguiu identificar os processos do amadurecimento cognitivo que acontece durante as primeiras duas décadas de vida de um indivíduo — dando origem às quatro fases do desenvolvimento aceitas até hoje, como falaremos em detalhes mais adiante.
Como fruto disso, educadores e psicopedagogos podem ter um parâmetro exato do que esperar de diferentes áreas e habilidades em cada idade, e assim elaborar estratégias de ensino que estimulem ainda mais esses campos em seus alunos. Porém, entenda que quando os estímulos não apresentam resultados satisfatórios, o auxílio de outros profissionais especialistas — incluindo pediatras e neurologistas — pode ser essencial.
As fases do desenvolvimento infantil
Para compreender todas as transformações que a garotada vivencia em cada faixa etária, é interessante nos aprofundarmos um pouco mais nas etapas do desenvolvimento infantil e nas mudanças que ocorrem em algumas áreas do cérebro. Por isso, abaixo listamos as quatro fases defendidas por Piaget:
- Fase sensório-motora
Chamada de sensório-motora, a primeira das etapas do desenvolvimento infantil envolve o reconhecimento de si enquanto ser que pensa, sente e faz. Essa fase pode durar até os dois anos, período que o bebê leva para ter consciência do seu corpo como um todo, dos seus movimentos e da interação com o mundo.
- Fase pré-operatória
Já se tratando das etapas do desenvolvimento infantil criativo, a pré-operatória é a mais marcante, representando toda a faixa dos dois aos sete anos — e sendo percebidas pelas invenções de brincadeiras, pelo “faz de conta” e, especialmente, pela comunicação mais clara e efetiva por meio da fala.
- Fase operatória concreta
As etapas do desenvolvimento infantil começam a ficar mais consolidadas com a chegada dos oito anos e permanecem assim até cerca dos 12 anos. É aí que o raciocínio fica ágil e coerente, estágio perfeito para introduzir conceitos mais complexos nas tarefas escolares e intensificar o aprendizado.
- Fase operatória formal
Depois dos 12 anos estima-se que as etapas do desenvolvimento infantil estejam voltadas a aperfeiçoar alguns conceitos sociais, bem como assimilá-los com clareza concepções mais abstratas — o que inclui perceber que sente amor pelos pais e raiva diante de situações de injustiça, por exemplo. Além disso, vale ressaltar que o senso de empatia ganha bastante força nessa época.
Todas essas etapas do desenvolvimento infantil envolvem aprendizado e aquisição de conhecimentos indispensáveis para uma vida social plena, como o domínio da língua materna, a desenvoltura das tarefas mecânicas e o controle emocional. Esses fatores precisam ser trabalhados com o auxílio de profissionais qualificados e reforçados com atividades complementares praticadas em casa.
As funções executivas são um exemplo de habilidades que devem ser treinadas com todas as crianças a fim de impulsionar o seu desenvolvimento e aprimorar traços de personalidade positivos, como a autonomia e a proatividade. Contudo, outras técnicas podem ser aplicadas em conjunto para suprir déficits emocionais, sociais e cognitivos.
Dito isso, o educador responsável por uma turma deve saber optar por metodologias de ensino específicas para cada uma das etapas do desenvolvimento infantil e adequá-las para o ritmo de aprendizado da classe como um todo. Além disso, adotar estratégias individuais e personalizadas para a necessidade da criança é um dos recursos mais viáveis para driblar as dificuldades e desafios comuns na infância.